Em passagem por Aparecida (SP), durante uma das sessões de hoje, dia 17, na 61ª edição da Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o padre José Fernandes de Oliveira, SCJ, popularmente conhecido como Padre Zezinho, contou sua trajetória na evangelização por meio da música
Na celebração de hoje, 17 de abril, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, durante a 61ª Assembleia Geral da CNBB, foram lembrados todos os bispos que se tornaram eméritos desde a última Assembleia. O Direito Canônico estabelece a idade de 75 anos para a apresentação da renúncia ao Papa. No Brasil, atualmente, há 168 bispos eméritos

ARTIGOS DOS BISPOS

Dom Jailton Oliveira Lino  
Bispo de Teixeira de Freitas/Caravelas (BA)

 

Em meio à agitação dos tempos modernos, onde as relações humanas são frequentemente marcadas por tensões e conflitos, a 61ª Assembleia dos Bispos do Brasil surge como um farol de esperança, guiando a Igreja Católica no Brasil em sua missão evangelizadora. Inspirados pelo conceito de sinodalidade proposto pelo Papa Francisco, somos chamados a refletir sobre o papel da Igreja em uma sociedade cada vez mais fragmentada. 

 Um Convite à Fraternidade 

O relato de Lucas 24,35-48 não é apenas uma narrativa da ressurreição; é um convite à transformação pessoal e comunitária. Jesus aparece aos discípulos oferecendo paz e compreensão, pedindo que toquem suas feridas e reconheçam sua humanidade. Este gesto é um chamado para que também reconheçamos a humanidade em cada um de nós, superando barreiras e construindo pontes de solidariedade. 

Desafios Contemporâneos e a Resposta da Igreja 

A sociedade atual, com seus nervos à flor da pele, reflete a urgência de uma resposta da Igreja que vá além das palavras. A Campanha da Fraternidade nos lembra que somos todos irmãos, mas como podemos viver essa fraternidade quando somos bombardeados por discursos de ódio e divisão? A resposta está na nossa capacidade de sermos uma Igreja em saída, que não teme se aproximar das feridas do mundo para oferecer o bálsamo da misericórdia. 

Sinodalidade: Caminhando Juntos Rumo à Esperança 

A sinodalidade não é apenas um conceito teológico; é uma prática viva que deve permear todas as ações da Igreja. Caminhar juntos, ouvir com empatia e falar com amor são os pilares que sustentam a nossa jornada rumo a uma Igreja mais inclusiva e acolhedora. A Assembleia dos Bispos é um momento de reflexão sobre como podemos efetivamente ser testemunhas da ressurreição de Cristo em nossas ações cotidianas. 

 A Igreja Como Sinal de Unidade e Paz 

Que ao final desta Assembleia, levamos conosco a certeza de que a Igreja no Brasil está comprometida em ser um sinal de unidade e paz em um mundo fragmentado. Que possamos, inspirados pela palavra de Deus e pela alegria do Evangelho, continuar a nossa missão de evangelizar com coragem e esperança, sendo verdadeiros instrumentos da paz de Cristo.

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)

 

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, 

Junto com o feriado do dia 21 de abril, dia de Tiradentes, celebramos o quarto domingo de Páscoa, também conhecido como o Domingo do Bom Pastor. É um momento oportuno para refletirmos sobre o papel do pastor e a relação entre o rebanho e seu guia espiritual, mas também sobre a natureza da comunidade cristã como um todo. 

Em João 10,11, Jesus nos diz: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.” Essa é uma afirmação poderosa que nos lembra do amor incondicional de Cristo por cada um de nós. Ele não apenas nos guia, mas também está disposto a sacrificar sua própria vida para nos proteger. Isso nos mostra a profundidade do cuidado e da dedicação de Cristo para conosco, seu rebanho. 

O relacionamento entre o pastor e suas ovelhas é baseado em conhecimento mútuo e confiança. Jesus continua em João 10,14-15, dizendo: “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.” Aqui, vemos a importância do conhecimento íntimo que Cristo tem de cada um de nós e da resposta amorosa que ele espera de nós. 

A imagem do rebanho não se limita apenas à relação individual de cada cristão com Cristo, mas também se estende à comunidade cristã como um todo. Em Atos 2,42, lemos sobre a prática da comunidade cristã primitiva: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” Essa comunhão entre os membros da Igreja reflete a união e solidariedade que devem existir entre nós como seguidores de Cristo. 

Os líderes espirituais, os pastores e os bispos têm uma responsabilidade especial dentro da comunidade cristã. Pedro, em sua primeira carta (1 Pedro 5,2-3), exorta os líderes da Igreja a cuidarem do rebanho de Deus não por compulsão, mas de bom grado; não por ganância, mas por devoção; não como dominadores sobre aqueles que lhes foram confiados, mas servindo como exemplos para o rebanho. Eles devem seguir o exemplo do Bom Pastor, que dá sua vida pelas ovelhas. 

Neste quarto domingo de Páscoa, somos convidados a refletir sobre a relação entre Cristo, o Bom Pastor, e sua comunidade de seguidores. Que possamos reconhecer o amor sacrificial de Cristo por nós e responder a esse amor, formando uma comunidade unida em torno de sua mensagem de amor, compaixão e serviço mútuo. Que os pastores sejam guias fiéis e exemplares desse amor, e que todos nós, como membros do rebanho de Cristo, sigamos seu exemplo em nossa vida diária. Amém. 

 

 

 Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS) 

 

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Na nossa peregrinação de filhos e filhas para a casa do Pai, podemos ter sempre aquela esperança de que o sono da morte não conhece a eternidade, porque a eternidade Deus reservou para a vida, através da ressurreição, da qual o Senhor Jesus nos dá testemunho. Ele vive e é luz a iluminar a nossa vida, nos passos do dia-a-dia. 

Na vida de fé, a Páscoa faz renascer o canto da beleza do amor, reacende a vida contra toda lógica de morte. A Páscoa nos chama a ressuscitar, a levantar e a combater, dentro de nós, o duelo de vida e morte, resignação e esperança. Porque na Páscoa renasce a esperança: a vida venceu, e a morte prepotente foi derrotada! Em mim e em cada um de vocês, no santo e no pecador, no rico e no pobre mendigo, na vítima e no carrasco, porque tem o Cristo Jesus, que renasce e nos arrasta para o alto, com a força da luz redentora de Deus. 

Na Páscoa celebramos a ressurreição de Jesus, como um acontecimento extraordinário. Mas para viver e celebrar a vida nova em Cristo, no cotidiano, é preciso acreditar, é preciso ter fé. Porque somente o amor pode ver o invisível, somente a fé pode crer no incompreensível, somente a esperança torna a vida possível. Por isso, devemos deixar de lado o medo de amar e acolher Jesus ressuscitado, em nossa vida e em nossas famílias. Devemos tirar as pedras que bloqueiam a porta do nosso coração, para que o ressuscitado possa aí entrar e conosco viver, iluminando nossa vida e guiando nossos passos. Sem ele viveremos no medo, na escuridão, no abandono, sem o amor, a fé e a esperança, que alimentam e dão sentido a nossa vida. 

Devemos acreditar que realmente somos amados pelo Senhor Jesus, porque sem a dimensão do amor, os gestos e a entrega da vida de Jesus não teriam sentido, seria pura loucura. Por isso, a ressurreição do Senhor Jesus, que celebramos na Páscoa, deve despertar no nosso coração a aurora da esperança, para voltarmos a cantar o canto da reconciliação e da caridade, elevando a Deus um hino de alegria, que nasce de um coração libertado. 

Que a vida nova, que brota do Cristo ressuscitado, liberte o nosso coração do vazio, da falta de amor, do medo e das angústias. Que o Ressuscitado toque a nossa vida, cure as nossas feridas, fortaleça a nossa fé, para vivermos como novas criaturas, na caridade, no amor e na sinceridade. Porque mesmo vivendo sobre a terra, estamos em real comunhão com Jesus, que ressuscitou está no céu, à direita do Pai. 

 

 

 

 

 

 

Anterior
Próximo

Anterior
Próximo

CNBB TV

CNBB TV

CNBB PODCAST
MATÉRIA ESPECIAL